Minas Gerais vive um “surto” de casos de dengue, zika e chikungunya, segundo o governador Romeu Zema (Novo) afirmou na manhã desta segunda-feira (27). De acordo com o chefe do Executivo mineiro, diante da situação considerada “preocupante”, uma série de ações estão sendo implementadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) para minimizar os efeitos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
“Nós estamos acompanhando de perto toda essa questão da dengue, zika e chikungunya, que tem nos preocupado muito nesse final de verão de 2023. Estamos com um surto que é preocupante e que vai demandar uma série de medidas e ações que já estamos com elas em andamento”, afirmou o governador.
De acordo com Zema, a principal medida adotada pela SES-MG é a orientação de municípios e unidades de saúde sobre os protocolos de atendimento de pacientes que contraíram as doenças.
“A principal (medida) é orientarmos todos os municípios e unidades de saúde sobre a condução clínica de pacientes que venham a procurar o atendimento, porque nessa altura do campeonato não há muito o que se fazer quanto a ações preventivas, já que o período chuvoso passou e os mosquitos estão soltos”, pontuou.
O governador ainda criticou o governo federal por, segundo ele, ter atrasado a aquisição de inseticidas que seriam usados nas ações preventivas das arboviroses.
“Tivemos, infelizmente, um atraso na aquisição de inseticidas, que é sempre feito pelo governo federal, que deveria ter chegado bem antes e até agora não chegou. O mundo está vivendo as consequências da pandemia, com falta de algumas matérias-primas. E tudo isso deve ter contribuído para que houvesse essa falta”.
Números
O último boletim epidemiológico divulgado pelo Governo de Minas, em 21 de março, mostra que o Estado registrou mais de 10 mil notificações de dengue, zika e chikungunya em uma semana – elevação de 41%. Quatro mortes foram confirmadas, totalizando 13 óbitos em Minasem 2023.
Segundo o levantamento, já são 35 mil casos desde o início do ano. Outras 52 mortes estão em investigação.
Chikyngunya
Ainda conforme o boletim, na última semana houve a confirmação das primeiras duas mortes por chikungunya em 2023. Os casos foram registrados em Ponte Nova, na Zona da Mata, e em Montes Claros, no Norte do Estado.
Entre 13 e 20 de março, Minas somou mais de 1,7 mil novos casos de chikungunya – totalizando 9.306 registros neste ano. Outros 32 mil são classificados como prováveis e 13 óbitos estão em investigação.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, a chikungunya é a arbovirose que mais registrou crescimento no Estado.
“Não teremos o maior ano epidêmico, mas um fato novo que é a chikungunya. Ela praticamente não circulava em Minas e, neste ano, a gente fala que, do número de amostras, 21% são de chikungunya e só 20% de dengue. Então, possivelmente, a gente tem mais chikungunya do que esse valor que temos. O movimento veio do Norte de Minas, porque o Sul da Bahia começou a ter mais casos da doença”.
A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde e aguarda retorno.